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Help! There's a gecko living under my fridge!

Há meses que ando a pensar em escrever este texto, sensivelmente desde que nos mudámos cá para casa no dia 22 de agosto de 2018. Aos poucos descobrimos que há toda uma comunidade paralela de animais (mais ou menos selvagens) com os quais convivemos diariamente. As primeiras a darem-nos as boas vindas foram as baratas. Antes de assinarmos contrato com o senhorio eu fiz 4 visitas a esta casa mas visitei muitas outras como podem ler aqui. Em quase todas as casas encontrámos baratas e outros bicharocos cuja espécie não sei nomear por isso o facto de termos encontrado umas baratinhas nesta casa não nos ia demover.

Depois da mudança começámos a explorar com mais atenção o nosso jardim e encontrámos uma vasta coletividade de bichanos interessantes. Para além das lindíssimas borboletas, dos besouros, de moscas chatas, abelhas stressantes, dos famigerados mosquitos, dos ratos (que desapareceram desde que usámos as ratoeiras trazidas da China), também temos as super fofinhas e úteis osgas, as formigas pequeníssimas e as suas primas vermelhas e gigantes, lagartos e algumas minúsculas aranhas “pernas finas”.

Para meu alívio não temos aranhas gigantes, peludas e primas de tarântulas (como várias vezes encontrei em Timor-Leste) nem tivemos (ainda!) visitas de cobras como já aconteceu em algumas zonas da cidade mas, em compensação, temos uma gata chamada Micas que em dois meses nos dizimou a comunidade de batráquios que tínhamos no jardim ao redor da piscina. Gafanhotos e lagartos também por cá andam, uns maiores do que outros. Estes foram os últimos exemplares que encontrámos há dias.

Um gafanhoto bem disfarçado junto à piscina

Um dos muitos lagartos que vimos no jardim

Entretanto alguns de vós saberão que temos ainda uma criação de coelhos em franca expansão: neste momento são dois adultos (o pai Snoopy e a mãe Joana) e uma segunda ninhada de 7 bebés (a primeira já foi parar ao congelador e aguarda a sua vez para entrar no forno um destes dias).


Um dos coelhinhos da última ninhada com 15 dias de vida

Se a memória não me atraiçoa, temos ainda dois civetas também conhecidos como “civets” ou “luwaks”. Os aficionados de café sabem que a civeta produz os excrementos mais caros do mundo. O processo, explicado assim de forma bem resumida, é o seguinte: a civeta escolhe os grãos que quer comer, digere a sua polpa mas deixa a semente que passa intacta pelo seu sistema digestivo. É durante a digestão que se processa a fermentação dos grãos (com a ajuda de bactérias e enzimas especiais e únicas) que depois de expelidos são recolhidos e assim se faz a diferença entre um café normal e o caríssimo “café luwak”, até porque a sua produção é limitada. Só por curiosidade, a Indonésia é grande produtora e exportadora deste café que vem, sobretudo, das regiões de Java, Bali, Sulawesi e Sumatra. Por cá não estamos com ideias de produzir “café luwak” mas gostamos de os ver passar nos muros do nosso jardim ao anoitecer.

A nossa Miquinhas faz-nos muita companhia como sempre. De gata de interior durante 13 anos, rapidamente passou a caçadora exímia de rãs, osgas e outros bichanos simpáticos. Apesar de algumas maleitas próprias da sua idade avançada, adora o jardim, tem um absoluto desprezo pelos coelhos e, o que é melhor, não passa o tempo dentro de casa a destruir-nos os sofás!

Os miúdos convivem super bem com a fauna cá de casa e não são nada esquisitos. Há meses que não vemos uma barata mas dentro de casa temos algumas osgas que nos habitam a cozinha e adoram explorar debaixo do frigorífico (daí o título deste texto que foi inventado pela Catarina em inglês) e dentro de alguns armários. Esquivas e de uma destreza impressionante para comer mosquitos e outros insetos, as osgas são muito bem-vindas cá em casa.

Antes de terminar, uma palavra para o que se passa para além do nosso cantinho de paz. Sendo um país maioritariamente muçulmano, não se vêm muitos cães nas ruas de Jacarta. Em contrapartida, o que não falta são gatos: vadios, mal nutridos, doentes e sem qualquer vacina. Ao passar na rua dá vontade de recolher todos! Também há muito animais “estranhos” à venda que normalmente não consideramos como sendo de estimação em Portugal. Quando vou à Jalan Barito I comprar comida para os coelhos e para a Micas vejo sempre imensos animais em condições horríveis à espera do seu momento de sorte. Ali compra-se de tudo, só ainda não vi cães.

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