Quando se pensa em Jacarta (ou na Indonésia em geral) pensa-se em trânsito, caos urbano (no caso da capital) ou então em paisagens paradisíacas, praias maravilhosas, muito sol, montanhas mágicas, cascatas e águas cristalinas. No entanto, há um denominador comum às cerca de dezassete mil ilhas que compõem o arquipélago indonésio e que a maior parte das pessoas ignora ou simplesmente não lhe dá o devido valor: o mosquito.
Os mosquitos são insetos largamente estudados pela comunidade científica e dificilmente se encontra alguém que goste deles. Seja por causa das suas picadas, do zumbido nas orelhas ou, sobretudo, pelas doenças que transmitem – a maioria ainda sem vacinação ou cura.
No caso particular da Indonésia, existem mosquitos mais perigosos do que outros consoante a zona geográfica mas a estirpe mais ameaçadora é o Aedes aegypti que é o mosquito transmissor do dengue. É menor do que os mosquitos comuns, é preto com listras brancas no tronco, na cabeça e nas pernas. As asas são translúcidas e o ruído que produz é praticamente inaudível ao ser humano.
Alguns factos a saber:
- a fêmea Aedes aegypti põe os ovos em recipientes como latas e garrafas vazias, pneus, caleiras, caixas de água descobertas, pratos sob vasos de plantas ou qualquer outro objeto que possa armazenar água da chuva. O mosquito pode procurar ainda locais naturais, como bambus e buracos nas árvores;
- os casos de doença aumentam com o calor e, especialmente, com chuva e águas paradas;
- a doença é transmitida através da picada das fêmeas já que apenas estas se alimentam de sangue humano. Os machos alimentam-se exclusivamente de fruta. É caso para dizer: cuidado com elas!;
- o melhor remédio é a prevenção uma vez que, tratando-se de uma virose, não há antibióticos nem vacinas disponíveis;
- vão-se tratando os sintomas, que podem ser vários: dores musculares e nas articulações, febres altas, erupções cutâneas, dores de cabeça severas, dores nos olhos e, nos casos mais graves (e potencialmente fatais) existe ainda a probabilidade de hemorragias;
- os primeiros sintomas sentem-se entre 4 a 10 dias após a picada.
É, portanto, um mosquito que se dá muito bem no caos urbano e sujo de Jacarta e é por isso que este texto foi criado hoje. Na última semana têm sido muitos os alertas relacionados com o dengue e confesso que me sinto assim a modos que em pânico com os números que têm sido revelados. Embora o mosquito esteja ativo todo o ano, é na época de chuvas que ele se desenvolve e procria mais, daí o aumento de casos por todo o país.
Por cá estamos a prevenir-nos e procuramos manter a nossa casa livre deste tipo de mosquitos.
Que medidas temos tomado? O que todo o mundo recomenda!
- usar frequentemente o repelente de mosquitos ajuda pois o cheiro que emana encobre o próprio cheiro do nosso corpo e do nossa sangue dando informações falsas às fêmeas;
- usar redes mosquiteiras nas portas e janelas de casa;
- evitar poças de água, águas paradas e depósitos de água a céu aberto no jardim;
- no caso da piscina usamos cloro com frequência pois este evita a criação dos ovos do mosquito;
- usar roupas de manga comprida ou calças compridas (difícil de cumprir esta medida já que, apesar da chuva, o imenso calor continua);
- usar inseticida para matar qualquer mosquito que ande “perdido” pela zona dos quartos;
- usar “mata insetos” sempre que vemos um mosquito ao nosso alcance…e até temos um modelito bem catita para o fazer;
- adicionalmente temos uma empresa que vem com regularidade fazer uma desinfestação cujo principal objetivo é matar quaisquer ovos que se encontrem instalados dentro e/ou fora de casa.
Aproveito para acrescentar que antes de virmos para a Indonésia já tivemos outras experiências internacionais onde o dengue ou doenças igualmente graves estão presentes como é o caso da Serra Leoa e de Timor Leste. Nunca tivemos qualquer problema de saúde nesses países mas fomos sempre muito cuidadosos com a prevenção.
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