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Pulau Belitung

A ilha (pulau) de Belitung é (apenas) uma das mais de 17 000 ilhas que compõem o arquipélago da Indonésia e uma entre as 6 000 que são presentemente habitadas. Localizada a Este de Sumatra (uma das maiores ilhas do arquipélago), no mar de Java, a ilha de Belitung ocupa pouco mais de 4,800 Km² e, à data da última estimativa oficial (2014), tinha cerca de 272 000 habitantes.

Posição geográfica da Ilha de Belitung no Sudeste Asiático

Uma semana de interrupção letiva em outubro foi o suficiente para aproveitarmos para conhecer mais um cantinho deste país imenso.


A ilha, que até há poucos anos era praticamente desconhecida dos turistas e não constava em qualquer roteiro turístico do país, tem recebido imensa atenção por parte de bloggers de viagens, operadores turísticos e curiosos que, como nós, resolveram dar uma oportunidade ao desconhecido e fugir da confusão de ilhas como Bali ou Lombok.


A oferta hoteleira e de restauração na ilha começam lentamente a desenvolver-se, o aeroporto é ainda uma estrutura bastante desatualizada e rudimentar, vêm-se pouquíssimos carros nas estradas que são – para meu espanto e alegria – largas, bem mantidas, pouco frequentadas e onde quase nunca se ouve a buzina de um carro ou mota. Sim, a uma singela hora de avião a partir de Jacarta é possível experimentar um pedaço de paraíso que por ser assim, ainda tão genuíno e simples, faz dele um lugar mágico e muito aprazível para uns dias de descanso.


Sobrevoando a ilha é possível, contudo, vislumbrar o progresso e a mão do Homem que, mais uma vez pelas piores razões, resolveu estragar tudo. Fauna e flora autóctones estão a ficar sem espaço para viver nesta ilha (bem como em muitas outras ilhas indonésias) pois o Homem resolveu deitar abaixo muitos hectares de floresta para, no seu lugar, plantar palmeiras (Elaeis guineenses) para a produção de óleo de palma. Ora, o uso de óleo de palma e os seus efeitos diretos e indiretos na nossa saúde/alimentação e no meio ambiente tem sido um assunto em debate em todo o mundo. Apesar da sua importância e atualidade, não vou alongar-me neste tema. Deixo-vos apenas com estes simples (e assustadores) factos: a Indonésia é uma das maiores potências exportadoras de óleo de palma. Às custas da criação destas plantações há muitas espécies em vias de extinção (aqui incluem-se os tigres, os elefantes e os orangotangos de Sumatra), há desflorestação, há perda de biodiversidade e há também riscos para a nossa saúde. Tudo isto e muito mais pode ser lido se se derem ao trabalho de fazer uma breve pesquisa na Internet.


Na estrada que liga o aeroporto ao norte da ilha existem quilómetros e quilómetros de plantações de óleo de palma.

Pondo de lado a questão do óleo de palma, que só por si daria um outro texto para este blog, a ilha de Belitung tem muito para oferecer a quem decidir atrever-se.


Vamos então às sugestões sobre o melhor que a ilha tem para oferecer e como melhor a explorar.


#1: alugar um carro (e quem diz carro diz scooter ou minivan porque no nosso caso éramos 8)


Alguns dias antes de chegarmos à ilha entrámos em contacto com a Street Taxi Belitung que nos deu preços muito mais agradáveis do que aqueles que os taxistas do aeroporto de Tanjung Pandan costumam praticar. Também existem alguns autocarros disponíveis para várias zonas da ilha, no entanto os horários são pouco claros, as viagens mais demoradas e a barreira linguística também não ajuda nada. Um carro compensou bastante pela liberdade que nos deu de explorar a ilha ao nosso ritmo. Além disso, o nosso hotel ficava no noroeste da ilha e um pouco afastado de qualquer restaurante/bar/café daí que ter o carro deu-nos maior liberdade de escolha.


#2: visitar a cidade de Tanjung Pandan


Apesar de não ter muito para oferecer, em TP podem beber o café local (famoso pela sua qualidade) no Warung Kopi Kong Djie e é também na cidade que se encontra a maior parte da oferta hoteleira e de restauração da ilha. A cerca de 6 minutos de carro podem também visitar o lago Kaolin – um lago artificial resultante da extração mineira de caulinita. Durante a época seca a cor da água é de um azul brilhante que contrasta com o branco resultante da caulinita. O resultado são fotos interessantes e de aspeto exótico e é isso que leva muitos turistas ao local. Não é possível nadar no lago mas não custa nada andar 6m de carro e tirar algumas fotos. Fomos por pura curiosidade mas não saímos de lá totalmente convencidos com a beleza do local…

O lago Kaolin perto da principal cidade de Belitung

#3: saltar de ilha em ilha (“Island hopping” em inglês soa muito melhor, desculpem!)


Island hopping é, basicamente, o motivo principal pelo qual se vai visitar Belitung. Apesar de a ilha ter algumas praias bem bonitas (estou a lembrar-me da praia de Tanjung Tinggi ou Tanjung Kelayang), é nas pequeninas ilhas ao largo de Belitung que reside toda a beleza pela qual esta ilha está a ficar cada vez mais famosa. Praias paradisíacas (√), águas cristalinas (√), pores do sol românticos (√)…Belitung tem isto tudo e ainda mais. Tem também estruturas graníticas em plena praia que conferem ao local uma beleza extra e uma biodiversidade marinha que, infelizmente, começa a ser rara em algumas ilhas indonésias. Visitar as pequenas ilhas de Lengkuas, Batu Garuda, Kepayang e Pasir (esta última só possível na maré baixa por se tratar de uma língua de areia) é fácil e vale mesmo muito a pena. Contratámos novamente os serviços da Street Taxi Belitung e foram eles que nos levaram por um passeio pelas pequenas ilhas durante um dia. Pelo meio é possível almoçar, tirar muitas fotos, ir a banhos naquelas águas maravilhosas e fazer snorkeling (pelo menos para aqueles que não têm fobia de água como eu!).

Paragem para almoço com esta vista fabulosa na Pulau Kepayang
Primeira experiência a fazer snorkling (e tirá-la da água depois disto?)

O nosso divertido grupo - metade Português e metade Francês

#4: aumentar os níveis de Vitamina D


A melhor altura para visitar Belitung é durante os meses da época seca, ou seja, de abril a setembro. Nós fomos em outubro e embora tivéssemos tido algumas horas de chuva durante os 6 dias que lá passámos, na maior parte do tempo tivemos muita sorte e deu para regressar com umas cores agradáveis. Como referi anteriormente, as praias de Tanjung Tinggi ou Tanjung Kelayang são a melhor opção em Belitung. É possível almoçar em pequenos restaurantes improvisados e alugar mantas para fazer piqueniques à sombra das muitas árvores existentes. É também destas praias que saem muitos dos barcos que fazem os tours às pequenas ilhas.

Tanjung Tinggi - a poucos minutos do nosso hotel - uma das melhores praias de Belitung

Uma nota final para vos dizer que o “segredo mais bem guardado da Indonésia” já não é propriamente secreto para os locais e começa a ser explorado pelos estrangeiros também. Por isso, um conselho de amiga: visitem Belitung antes que fique adulterada pelo turismo de massas como aconteceu em Bali.


E agora, se me dão licença, vou ali marcar mais uma viagem para conhecer mais umas ilhas indonésias.

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